As cozinhas são acima de tudo espaços de trabalho. Neste artigo vamos explorar a vertente mais robusta da cozinha e dedicar-nos sobretudo às bancadas de cozinha.
Numa cozinha é de extrema importância pela necessidade de garantir a estética e a durabilidade. É um elemento de grande investimento no projeto e obra.
Por isso, pretende-se que seja durável e que permita facilidade de limpeza para manter a higiene nos mais altos padrões e garantir saúde de todos os residentes.
Sabemos que em remodelações de cozinhas este tema é sempre muito debatido com os nossos Clientes e assistimos diariamente à dificuldade de escolha dos materiais de bancadas de cozinha, pois é mais do que apenas visual, também deve ser prática.
Para nós, profissionais que conhecemos as características dos materiais de bancada de cozinha torna-se fácil propor soluções em projeto, mas para o Cliente que sabe que tem ali um elemento de algum investimento é natural surgirem as dúvidas. A escolha pode ser stressante, pois sendo um elemento caro que tem de ser funcional e duradouro e ainda com a responsabilidade adicional de ser visualmente atrativo gera alguma ansiedade.
Por este motivo, a spacelovers definiu tópicos para leitura, para quem está com dúvidas no material a escolher para a sua cozinha, à importante tocar nos aspetos estéticos, mas também fatores como durabilidade, preço, facilidade de manutenção e disponibilidade também devem ser considerados.
APLICAÇÃO DE BANCADAS DE COZINHA
A escolha do material de bancada de cozinha é um fator importante no design da cozinha. Cada material tem as suas especificidades e espessuras, assim como requisitos de montagem e recomendações de coordenação. Se necessitar de ajuda para a remodelação ou desenho de cozinha, preencha o formulário em baixo.
ÍNDICE
ToggleTERMOLAMINADOS
Os termolaminados são adequados como bancada de cozinha sempre que se tem um budget limitado.
Pelo seu baixo custo (quando comparados com outras alternativas), foram muito usados nas décadas de 60 e 70, sendo que são resistentes a arranhões e manchas, pela sua composição em multicamadas. Adequam-se para uma variedade de estilos, pois permitem imitar o material de madeira, pedra e quartzo. São uma referência na reprodução do material de madeira, enquanto alternativas económica à madeira maciça/lamelada e ao folheado de espécies de madeira mais nobre.
Do ponto de vista da durabilidade, apresenta algumas fragilidades, pois pode queimar ou cortar com alguma facilidade, como por exemplo com uma faca.
A sua instalação é também das mais simples, dentro dos vários materiais de bancadas, pelo seu peso e maior facilidade de manuseio e até de corte, o que levou a sua popularidade para o público aderente ao DIY.
O grande inimigo do termolaminado é a água. Pela composição de placa de compósito interior e por plástico no exterior (laminado decorativo), na presença de água pode inchar e danificar-se. A camada exterior de revestimento pode descolar ou lascar facilmente com água, ou humidade, ou até mesmo se sujeita a temperaturas altas poder mesmo derreter.
Do ponto de vista da valorização do imóvel, este material está conotado como “cheap look”, pelo que será sempre um ponto mais negativo e que agrega pouco ou nenhum valor à revenda da casa.
A versão mais resistente é o postforming é um tipo de laminado decorativo, mais resistente e também moldável e que se distingue do laminado simples pela forma como o revestimento é aplicado, conferindo-lhe maior robustez. A característica interessante do postforming é a existência de boleados e não de cantos retos. Desta forma alivia a pressão do desgaste do material.
Marcas de Referência: Formica, Polyrey, Egger
Custo de Referência: €
PEDRAS NATURAIS
As pedras naturais são sempre uma escolha de eleição para a bancada de cozinha. Acima de tudo é um material resistente e um material genuíno pois é natural e essa beleza é transmitida.
A questão com as pedras naturias passa pelo tipo de pedra que será aplicada. Aqui há uma variedade distanta de durabilidade.
Nunca contudo esquecer que as superfícies têm de ser tratadas com um selante hidrofugante, de modo a evitar que a pedra absorva qualquer tipo de líquidos ou ácidos ou mesmo detergentes. A sensibilidade das pedras para a absorção de água é distinta.
Granito
Dentro das pedras naturais, a pedra de excelência é o granito, pela sua densidade e resistência. Não é contudo a pedra mais agradável visualmente, e por vezes tende a deixar de ser opção como bancada de cozinha.
A sensação de frio que transmite e o padrão de grãos finos ou grossos (por vezes até mais veios de quartzos), não combinam como todos os estilos de cozinha e por esse motivo não agrada a generalidade de projetos de design de cozinha mais contemporâneos. É mais fácil de o aplicar numa cozinha rústica.
Existem várias pedras de granito, sendo mais usado em Portugal as pedras salgadas, o Rosa Monção, o Favaco, Branco Micaela e Amarelo Real. Para competir com outros materiais mais homogéneos o granito Negro Absoluto o Impala são opções viáveis, embora já de extração estrangeira.
É das pedras mais dispendiosas, apenas perdendo para pedras mais exóticas e raras, e para quem gosta do aspeto visual é uma boa opção pela durabilidade e resistência ao calor.
Recomenda-se o polimento das superfícies para que tenha o acabamento mais resistente e garanta melhor performance do material.
Custo de Referência: €€€
Mármore
As pedras calcárias e arenitos são pedras mais económicas e agradáveis visualmente, contudo têm menor capacidade de resistência no que respeita à durabilidade de desgaste (podendo até lascar) e de manchar com álcool, açúcar e ácidos (como o sumo de limão, por exemplo) o que exige alguns cuidados adicionais caso opte por usar este tipo de pedra.
Nestas pedras a aplicação de selante tem de ser mais frequente. Mantém boa performance ao calor e está disponível em várias cores. Dependendo do tipo de mármore, pode recomendar-se o acabamento amaciado ou polido.
Nos mármores e calcários deve lembrar-se que as texturas não são homogéneas e torna-se impossível antever a peça inteira. Por isso é muito importante a escolha e aprovação da chapa de pedra que vai ser aplicada.
Havendo uma variedade considerável de mármores em Portugal, sendo a extração local, poderá encontrar tipos de pedra acessíveis. Contudo existem mármores dispendiosos que são blocos mais raros e mais limpos de veios, ou veios mais homogéneos com o são exemplos o famoso mármore de carrara ou o calacatta.
Pelas características do mármore tendemos a recomendar com cautelao seu uso em bancada de cozinha, sempre que o budget não permita opções mais duradouras, pode ser uma opção.
Por vezes, pode fazer sentido a combinação do mármore mais estético, mas mais frágil, com um material mais resistente para bancada. Assim o mármore é aplicado como backsplash onde o desgaste é muito menor e por ser colocado no plano vertical, permite dar-nos o panorama visual contínuo onde o mármore é exemplar.
Custo de Referência: €€
Ardósia
A pedra de ardórsia é mais económica que o granito e consegue ser um material mais agradável visualmente. As suas desvantagens são por ser uma pedra um pouco porosa e ter menor resistência que o granito.
Tem uma coloração bastante uniforme e apresenta cores bastante enquadráveis nas bancadas e designs de cozinha, como por exemplo cinza, negra, verde e cor de vinho.
Custo de Referência: €€€
QUARTZ
O quartzo ou também designado de compósito, é dos materiais mais utilizado atualmente em bancada de cozinha, pela sua durabilidade, enorme variedade de cores e texturas e até por muitos se aproximarem do efeito de pedras naturais. Existem muitas marcas no mercado, sendo a mais conhecida a Silestone da Consentino, mas poderá optar até por quartzos de marcas portuguesas.
A sua durabilidade é dada pela resistência e não porosidade, contudo continua a ser necessário prestar atenção às panelas quentes, pois pode rachar e ter cuidado com a exposição de UV; onde cores mais escuras poderão alterar quando demasiadamente expostas.
Outra vantagem do quartzo é que sendo um material mono massa permite ter a mesma aparência nos topos e nas superfícies. Detalhes especialmente interessantes quando se falar em cortes nas bancadas para a aplicação de cubas e escorredores escavados nas bancadas.
Marcas de referência: Consentino, Compaq, Quarella, Forest Stone
Custo de Referência: €€€€
PEDRAS SINTERIZADAS
A tecnologia possibilita cada vez melhores opções de revestimentos e acabamentos para as bancadas de cozinha, e as pedras sinterizadas são uma dessas soluções.
Caracterizadas pela alta resistência, ultra compactas e performance, oferecem uma ampla gama de cores, padrões e algumas texturas. E tem um aspeto contemporâneo e até natural para um produto industrial e transformado.
A sintetização é o processo industrial (Tecnologia de Partículas Sinterizadas), onde a compactação do pó de pedras naturais, composto por vários componentes como o como vidro, quartzo, argila, são submetidos a temperaturas elevadas, que podem atingir os 1200ºC. Trata-se da criação de uma rocha industrializadamente em tudo semelhante ao processo que a Terra produz naturalmente. Com isto salientamos as vantagens deste material:
- Grande resistência ao desgaste e a arranhões
- Grande resistência à absorção
- Grande resistência à exposição de raios UV
- Grande resistência a altas temperaturas
- Não porosas
- Resistentes a manchas e ácidos
- Sem resina na sua composição, pois o processo de sinterização não precisa de um ligante
- materiais naturais e/ou reciclados
- Baixa manutenção
É um material com um custo bastante alto para e que está fora do alcance de muitos budgets.
A variedade da aparência deste material é imensa, havendo exemplos de efeitos de pedra, madeira, cimento, etc. Esta camada mais decorativa é superficial, o que não nos permite em alguns dos produtos ter o mesmo tom e acabamento nos topos.
As espessuras variam entre 6, 12 e 20mm e dependendo da marca pode ser necessária uma aplicação sob um substrato.
É um material extremamente recomendado para bancada de cozinha e consegue-se ter um bom aproveitamento, sendo que as chapas têm os designados tamanhos “jumbo” de 3,2x1,4m.
As desvantagens destes materiais para além do elevado custo é a escassez de stock e a dificuldade de mão-de-obra especializada para a transformação, o que pode levar a tempos de entrega bem mais alargados, quando comparados com outras opções.
Marcas de referência: Consentino, Neolith, Ascale, Lapitec
Custo de Referência: €€€€€€
SOLID SURFACE
O solid surface é um material completamente homogéneo e que garante a maior facilidade de limpeza possível. A capacidade deste material em não ter juntas coloca-o como um material de eleição para as criações de designers e arquitetos.
Trata-se de um composto sintético formado por 2/3 de hidróxido de alumínio, 1/3 de resina acrílica e pigmentos, vulgamente conhecidas como ”bancadas de acrílico”, até porque é um material translúcido o que lhe confere uma beleza pela simplicidade e o torna uma peça muito agradável visualmente.
Esta combinação gera uma grade flexibilidade ao material que se consegue moldar e por isso é muito usado em projetos mais inovadores com formas orgânicas, pois responde muito bem a esse requisito.
Como bancada de cozinha, não sendo um material poroso, responde bem quando derramados líquidos e ácidos de alimentos na superfície, pelo que é comum que bancadas de cozinha em solid surface tenham também a cuba integrada e no mesmo material.
É muitas vezes impeditivo de especificar, porque o seu custo é bastante elevado. A própria produção requer profissionais especializados o que também incrementa o seu custo.
Marcas de referência: Corian Dupont, Lapi Hi-MACS, Kerrock, Montelli
Custo de Referência: €€€€€€
GRÊS PORCELÂNICO
Os grês porcelânicos para bancadas de cozinha são opções cada vez mais utilizadas. A variedade, o custo e a maior facilidade de instalação quando comparado com as pedras sinteterizadas são pontos a favor. Por um lado, garantem a finalidade do design com um visual contemporâneo, por outro o propósito de praticidade assegurado.
A capacidade de ter objectos quentes pousados nas superfícies e resposta positiva à presença de agentes químicos, faz destes materiais bons candidados para a bancada de cozinha.
As espessuras reduzidas (como são exemplos os grês lamina) e os grandes formatos existentes no mercado, aliados às variedades cromáticas e de reproduções de padrões são definições de sucesso para este material.
Paralelamente às espessuras reduzidas, é necessário um material de suporte onde o tampo é colado com um produto adesivo (colas epóxi, ultrabond, mastiques, etc), sendo necessário algum trabalho os cortes e perfurações de orifícios de torneras e lava-loiças.
Do ponto de vista estético, o porcelânico pode significar trazer o pavimento para a bancada e nem sempre as impressões de textura são as mais realistas, este é sem dúvida um ponto negativo que a equipa da spacelovers encontra nestes materiais.
Mais uma vez existem opções de acabamentos, dependo da marca e do produto, pode encontrar a superfície natural, semipolido e polido.
Custo de Referência: €€€€€
Marcas de referência: Porcelanosa, Margres, Atlas Plan, Florim Stone, Marazzi. Level stone, Sapienstone
MARMORITE / GRANILITE / TERRAZZO
É um material composto de pó de pedra moída e agregados de pedra natural (marmorite de mármore e granitilite de granito) com uma base cimentícia (areia, água e cimento, por vezes pode ter cal), muito usado sobretudo em pavimentos de edifícios pela sua durabilidade. A técnica de aplicação manual, obriga a um tempo de cura em obra, exigindo ainda um acabamento final de polimento e de selagem com de resina/impermeabilização.
Por vezes é fácil confundir o fulget com o terrazzo, mas a diferença entre ambos, apesar de composição semelhante, é notória. No fulget os grânulos de pedras ficam salientes e não é aplicada a selagem final, sendo este material antiderrapante e para destinado a áreas exteriores, como rampas e caminhos.
A sua durabilidade, resistência à água e abrasão são inquestionáveis e a sua utlização em projetos de interiores está a tornar-se cada vez mais frequente, como um revivalismo moderno.
Assiste-se no mercado a propostas de materiais de marmorite transformados, como o mármore aglomerado, onde apelam ao produto pronto para aplicação em obra, e à versatilidade de formatos, tornando-os num material bastante atraente. Se existem chapas preparadas para aplicação em tampos, e o formato de ladrilho de marmorite para pavimentos e revestimentos de parede é também uma realidade.
No que respeita às bancadas de cozinha em marmorite, a resistência está garantida, e é cada vez mais é usado em remodelações de cozinhas. Caracterizam-se pelos contrastes de cor do pó de pedra e dos grânulos de pedra (consoante a granolumentia destes) que lhes conferem uma natureza muito própria - esta conjugação dá-lhes uma riqueza visual e de textura. Outro factor relevante no terrazzo / marmorite / granilite é a caracterização do acabamento, havendo consoante as marcas disponível em polido, amaciado, envelhecido, bujardado e acetinado.
O corte para a colocação de cuba é possível, garantindo a mesma textura na superfície e no topo. Este material admite ainda um repolimento em caso de envelhecimento, pela robustez da sua constituição.
Marcas de referência: KRION, OTTO, VARIO STONE, FORESSO (madeira terrazo)
Custo de Referência: €€€€
MADEIRA LAMELADA
A madeira é razoavelmente mais económica, face a outros materiais para bancada de cozinha, e é também fácil de manter, sem a necessidade de pessoal especializado.
Contudo, especial atenção deve ser dada quando colocar tachos quentes na superfície, pois esta ação pode danificar o tampo.
Conferem o conforto e a sensação orgânica do material autêntico. Contudo, a madeira requer manutenção e é necessário prever a “hidratação” necessária do material escolhido, se cera, se verniz, etc.
A resistência ao desgaste e às manchas é média, pelo que requer maior cuidado no manuseio dos alimentos na bancada de cozinha.
É uma solução “eco-friendly” e está disponível numa grande variedade de espécies e até de tonalidades, umas que procuram realçar a beleza natural da madeira, outras com velaturas de tons mais claros ou escuros.
Especial atenção terá de ser os contactos com a água, à semelhança dos termolaminados, este é m material que quando exposto a niveis de humidade e secagem, pode começar a apodrecer. A selagem de pontos do tampo como a cuba e o escorredor e a misturadora de cozinha são fundamentais prever no seu projeto e obra.
Custo de Referência: €€€
MICROCIMENTO
O microcimento continua a ser usado em larga escala, por um lado pelo aspeto contemporâneo que incute a um espaço, pelo preço e pelo fato de ser impermeável.
Com uma gama de cores extensa e ao permitir uma superfície sem juntas, consegue facilitar decisões e competir em termos de custo/qualidade com outros materiais mais económicos. É um material que conjuga muito bem com jogos de luzes quando existe um projeto bem planeado de iluminação para cozinha.
Particularmente, na spacelovers tendemos a não recomendar microcimento para bancadas de cozinha. Na verdade, a performance do microcimento ao corte é muito reduzida e como nem sempre os residentes num extremo cuidado na confeção de alimentos torna-se um “perigoso” aplicar este material. Até porque a reparação de um ponto no microcimento é sempre uma situação crítica e que ou se refaz toda a superfície ou este ponto fica completamente visível. Microcimento é, contudo, um excelente material para backsplash.
Para garantir a impermeabilidade da superfície, esta deve ser extremamente bem selada e especial cuidado no detalhe da bancada no toque com a parede/backsplash. Este hidrofugante deve ser reaplicado a cada três anos.
Custo de Referência: €€€
AÇO INOX
As bancadas de aço inoxidável são usadas normalmente em restaurantes, hotéis e na indústria alimentícia, pois são duráveis, fáceis de manter e resistentes a arranhões e com enorme facilidade na higienização.
Apesar de não ser um material acolhedor, não é por acaso que as cozinhas completas dos chefes e cozinhas industriais têm a bancada de cozinha em aço inox.
Garantem uma resposta excelente ao fator higiene. É impermeável e resistente ao calor, peço que se trata de um material durável. Normalmente apresenta-se com acabamento polido, mas também existe o inox escovado, contudo não aconselhável.
Este material pode ser uma opção se entender seguir o estilo industrial na sua cozinha, obtendo assim uma bancada de cozinha perfeita para a utilização diária, que mantém o seu aspeto inicial elas durante bastante tempo. Contudo, o custo não é ainda um fator positivo, sendo um material mais requisitado para cozinhas industriais, é também mais especializado, e poucas vezes é escolhido entre uma ponderação de custo-benefício.
Custo de Referência: €€€€€
Fotos: spacelovers e unsplash.com
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