PROJETO DE EXECUÇÃO

A fase de projeto de execução é a etapa de produção dos documentos necessários para a construção e perfeita orçamentação. Esta etapa do projeto de arquitetura é o aprofundar do detalhe para toda a obra, com o objetivo final de uma construção planeada e totalmente coordenada, no que respeita ao projeto de arquitetura e projetos de especialidades.

Esta fase inicia-se após a fase de anteprojeto ser aprovada na Câmara Municipal (licenciamento) e demais entidades licenciadoras dos diversos Projetos (Arquitetura e Especialidades). Para o caso do procedimento de comunicação prévia, a fase de projeto de execução é realizada normalmente em conjugação com as especialidades, uma vez que neste procedimento de controlo prévio a definição do empreiteiro é prévia à submissão dos projetos nas entidades licenciadoras.

O projeto de execução tem como objetivo o desenvolvimento aprofundado do anteprojeto ao nível de rigor necessário para a construção e anteriormente para a correta orçamentação.

A melhor forma de assegurar o sucesso do seu investimento é ter em obra o rigor de um projeto de execução, desta forma, garante que o empreiteiro orçamentou os trabalhos necessários e a obra corre sem grandes conflitos dos trabalhos a mais.

O desenvolvimento do projeto de execução confirma a coordenação de todas as especialidades envolvidas. Esta coordenação é crucial para que em obra as infraestruturas e a arquitetura se complementem e não se atrapalhem, gerando situações esteticamente não satisfatórias.

 

COMPOSIÇÃO DE UM PROJETO DE EXECUÇÃO

O projeto de execução será apresentado por forma a constituir um conjunto coordenado que é composto quer por informações escritas, como desenhadas. Compreende a compilação da informação necessária para a construção da obra, formalizando a finalização de um processo evolutivo de projeto que consiste no guião para obra, nomeadamente a título de exemplo:

— Peças desenhadas:

— Planta de implantação com o setting-out e limites do terreno;

— Plantas, cortes e alçados;

— Estudos tridimensionais;

— Plantas, cortes e alçados de mobiliário embutido;

— Cortes e detalhes construtivos;

— Mapa de vãos exteriores e vãos interiores;

— Peças Escritas:

— Memória descritiva e justificativa com a descrição geral da obra;

— Outras pormenorizações e fichas de especificações (materiais e sistemas técnicos);

— Mapa de trabalhos e quantidades;

— Condições técnicas, gerais e especiais, do caderno de encargos, quando aplicável.

Apesar da padronização das etapas de um projeto de arquitetura, cada gabinete de arquitetura define o seu próprio método de trabalho e de apresentação, muito com base no que é o projeto em si, da sua complexidade e inovação ou com recurso aos métodos e detalhes tradicionais.

Contudo, o projeto de execução é a fase de decisões por definição. Assim os projetos de arquitetura nesta fase integram as especificações gerais e em particular, como, por exemplo:
— Escolha de caixilharias, quer pelo desempenho térmico/acústico como por questões de desenho e expressão;
— Sistema de ventilação integrados no projeto;
— Isolamentos de materiais sustentáveis, em resposta à necessidade de redução do impacto ambiental, mas correspondendo a níveis altos de desempenho energético;

— Materiais de revestimentos interiores e exteriores, tendo em vista a melhor relação técnico-financeira;

PEÇAS DESENHADAS DE PROJETO DE ARQUITETURA

Os desenhos técnicos que compõem o projeto de execução correspondem à definição do projeto técnico da construção, onde os desenhos são muitas vezes menos atrativos visualmente, e carregados de informação técnica para a construção.

“As peças desenhadas de acordo com o estabelecido para cada tipo de obra no capítulo II e devendo conter as indicações numéricas indispensáveis e a representação de todos os pormenores necessários à perfeita compreensão, implantação e execução da obra (*)”

Representam-se todos os pormenores necessários à perfeita compreensão e execução da obra, incluindo as várias ‘interfaces’ de construção e pormenores-tipo. Deta forma, o empreiteiro consiga durante a obra e na elaboração do orçamento prever a complexidade da obra — compreender uma série de detalhes construtivos que na sua ausência iriam ser uma mera interpretação.

No caso de projetos mais complexos, sempre que o Dono de obra assim entenda, o projeto de arquitetura na fase de execução pode ser acompanhado com os projetos de especialidade também desenvolvidos nesta fase de pormenorização de forma a ter uma especificação completa para a obra.

Havendo um trabalho mais minucioso por parte do coordenador de projetos, muitas vezes função desempenhada pelo arquiteto autor, que fica ainda responsável pela síntese dos vários elementos e a sua integração no projeto de arquitetura e verificação dos projetos de especialidades.

PEÇAS ESCRITAS DE PROJETO DE ARQUITETURA

As peças escritas do projeto de execução são igualmente importantes, pois compreendem as definições e especificações que agregam as decisões projetuais. Como, por exemplo:

— Memória descritiva e justificativa onde se descreve geralmente e no particular a intervenção, nomeadamente os materiais, técnicas construtivas, equipamentos e redes associadas, enquadramento regulamentar da obra em questão. São ainda evidenciados os aspetos de uso, localização, resposta às exigências do programa base, indicação da natureza e condições do terreno, justificação da implantação da construção, integração nos condicionamentos locais;

— Mapa de acabamentos que define todos os revestimentos da construção;

— Mapa de quantidades e trabalhos que quantifica cada um dos artigos de trabalhos e fornecimentos, que se relaciona com as indicações do caderno de encargos e se cruza com as peças desenhadas, sejam os desenhos gerais como os desenhos de pormenores. Normalmente são adotadas as normas portuguesas em vigor ou as especificações do Laboratório Nacional de Engenharia Civil;

— Orçamento, baseado nas quantidades e qualidades de trabalho das medições;

— Caderno de encargos que discriminam todos os procedimentos construtivos, com condições técnicas, gerais e especiais.

Informação baseada no Decreto-Lei n.º 48 871, de 19 de Fevereiro de 1969. Para mais informação, embora seja um diploma já revogado, promulga o regime do contrato de empreitadas de obras públicas, o que naturalmente pode diferir para as obras particulares, acaba sempre por ser uma base de trabalho relevante.

 

Projeto de Execução Planta

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Projeto de Execução em Obra

OBJETIVOS DO PROJETO DE EXECUÇÃO

Um dos objetivos mais pertinente do projeto de execução é a fácil e inequívoca interpretação por parte das entidades intervenientes na construção do que é o projeto proposto na fase de anteprojeto e o que são as várias disciplinas que se complementam de forma a dar vida ao edifício.

Uma vez que o projeto de execução é o somatório de elementos escritos e desenhados, prevê-se que com a sua presença em obra, sejam reduzidas ao mínimo as dúvidas que possam existir. Assim como definir com o empreiteiro todos os trabalhos necessários, evitando ausências de especificações e a necessidade de trabalhos extra, levando a reduzir tempo de execução e custos de construção.

Nesta etapa do projeto de arquitetura constam todos os elementos essenciais para assegurar a qualidade da construção e o cumprimento em obra do projeto aprovado, sendo a base de trabalho para o fiscal de obra, durante a construção.

Se o projeto de execução não é elaborado pelo arquiteto, é natural que em obra existam dúvidas e constrangimentos de coordenação, o que deixará equipas de trabalhos sem orientação. Gerará, para além de mais custos e atrasos no prazo de entrega, situações extraordinárias que poderão não ficar completamente integradas no projeto aprovado. Para evitar estes problemas, o arquiteto deve estar presente no acompanhamento de obra.

Outra grande vantagem desta fase de projeto é a reunião da documentação para a consulta de empreitadas e seleção do empreiteiro, onde a fonte de informação estabelecida é igual para todas as consultas e assim o cliente pode auscultar diversas propostas de diversos empresas de construção, escolhendo a que mais lhe convier. A apresentação de orçamentos a concurso é baseada nas quantidades, especificação de cada material e a sua aplicação, garantindo um processo comparativo, que informará os empreiteiros e assim aferir o valor da obra.

Assim, sumariamente, enumeramos as vantagens de elaboração de um projeto de execução de arquitetura:

1 — construção fiel ao projeto aprovado;

2 — qualidade da construção;

3 — economia de custo e de tempo em obra.

Projeto de Execução Corte Construtivo

IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE EXECUÇÃO

O projeto de execução é uma fase de grande investimento técnico e temporal para qualquer gabinete de arquitetura. Esta situação justifica-se porque nesta fase de projeto exploram-se todas as decisões e definições o acaba por ocupar várias horas de trabalho; com a agravante de haver um trabalho de compatibilização das disciplinas com os projetos aprovados.

Legalmente não existe a obrigatoriedade de se desenvolver um projeto de execução, pelo que muitos Donos de obra evitam a contratação desta etapa de projeto como forma de economizar algum investimento, com a crença do acompanhamento de obra por parte do arquiteto.

Ora a dispensa do projeto de execução não é substituível, pois em fase de obra nem todos os problemas são resolvidos ou mesmo antecipados no local pelo arquiteto.

Sempre que o arquiteto (ou coordenador de projetos) não tenha coordenado todos os detalhes antecipadamente, nem despendido tempo a pensar em todas as soluções, integrando as especialidades, como sejam os esgotos, eletricidade, entre outras, por muito boa vontade que exista, é impossível em obra proporcionar a melhor solução ao Cliente. As soluções nem sempre são imediatas e implicam a sobreposição e estudos de avaliação de possibilidades.

Dependendo todo contratado para as fases de licenciamento / comunicação prévia, pode verificar-se uma ausência de informação, fruto da não elaboração do projeto de execução, ficando certamente questões do projeto por resolver, por serem exploradas em sede de pormenorização, após a aprovação camarária.

O detalhe para licenciamento é algo que corresponde às exigências legais, mas não incorpora a pormenorização exaustiva para obra, até porque para quem aprecia o projeto não interessam determinadas especificações e detalhes construtivos — este é o motivo por que as fases de projeto de arquitetura têm cada uma sua utilidade.

Um anteprojeto extremamente detalhado, pode ser complexo de apreciar pelo técnico e ainda em caso de alteração exigida pela Câmara, demoraria mais tempo a acomodar todos os detalhes, o que corresponderia a atrasos na resposta a notificações, atrasando todo o processo.

Por estas razões que sequencialmente à aprovação da arquitetura deverá ser desenvolvido o projeto de execução de arquitetura para impedir que seja o empreiteiro a tomar as decisões em obra que interferem diretamente com a qualidade da construção, com a personalização e o critério arquitetónico da obra.

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