REABILITAÇÃO DE EDIFÍCIO BAIRRO DA AJUDA LISBOA
Este projeto de reabilitação de edifício Bairro da Ajuda Lisboa, integrou um pedido de informação prévia de obras de ampliação de edifício, com demolição, ao abrigo do DL n.º10/2024. O edifício é exclusivamente dedicado a habitação.
CARACTERIZAÇÃO DA OPERAÇÃO URBANÍSTICA E ENQUADRAMENTO LEGAL
SITUAÇÃO EXISTENTE
O edifício conta com uma habitação com 5 divisões que se desenvolve no piso 1 com acesso ao quintal a tardoz e, no piso 2, em sótão, com uma trapeira no aproveitamento de sótão.
A habitação é caracterizada pela existência de quartos interiores sem ventilação e iluminação natural, estando a respetiva cozinha situada a tardoz e conta com duas instalações sanitárias, uma delas interior no piso 1 e outra no piso superior que aproveita o posicionamento da trapeira para tardoz.
Foi realizado o levantamento do existente, que na ausência de plantas/desenhos no volume de obra, se considerou como a base de desenvolvimento do presente projeto de reabilitação de edifício Bairro da Ajuda Lisboa.
O imóvel apresenta uma fraca condição de habitabilidade, algumas patologias, como deformações estruturais na cobertura, pavimentos e infiltrações pela cobertura, infiltrações por capilaridade, mostrando ainda sinais de deficiência de ventilação dos espaços. No logradouro, o prédio encontra-se ocupado com uma pequena construção incaracterística, que o desqualifica, assim como o terreno se encontra totalmente revestido e sem qualquer permeabilidade.
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO DA REABILITAÇÃO DE EDIFÍCIO BAIRRO DA AJUDA LISBOA
Com a reabilitação do edifício pretende-se ampliar o edifício habitacional em altura, de modo a ter mais um piso com a motivação de criação de um novo fogo no edifício.
O projeto propõe assim, no piso 1, um fogo de tipologia T1 com quintal a tardoz e, um T2 em duplex que compreende os pisos 2 e 3 (piso em aproveitamento de sótão), com terraços acedidos por trapeiras.
Construtivamente, manter-se-á a fachada principal e empenas laterais, sendo a fachada posterior demolida (no intuito de garantir o alinhamento com as fachadas dos edifícios contíguos), assim como o interior da habitação e a sua cobertura.
Pela análise do existente, durante o processo de reabilitação de edifício Bairro da Ajuda em Lisboa, foi decidida ser necessária a demolição parcial do edifício para garantir as condições de segurança sísmica, valorização arquitetónica, melhoria das acessibilidades e cumprimento das legislações vigentes.
Fica contemplado o reaproveitamento de elementos construtivos da fachada tardoz, como as cantarias existentes, para reaplicação nos novos vãos na fachada principal, no intuito de criar uma unificação estética e construtiva da frente de rua, sendo este um edifício de contexto e de enquadramento histórico.
Estruturalmente, com a transformação dos espaços interiores, prevê-se a necessidade de uma nova estrutura, para acomodar a nova disposição e será objeto de caracterização no projeto de estabilidade.
A reabilitação de edifício Bairro da Ajuda em Lisboa teve como estratégia a demolição, prevendo, contudo, a preservação das fachadas principal e laterais/meeiras, que serão alvo de contenção, sendo todo o interior, cobertura e fachada tardoz demolidas e reconstruídas, com base na proposta de ampliação agora proposta, respeitando os valores patrimoniais em presença. Resultará assim uma nova estrutura capaz de responder aos requisitos e às exigências de resistência global do edifício e vulnerabilidade sísmica, à implementação da melhoria energética nos padrões atuais e à modernização das infraestruturas.
A fachada principal existente mantém o carácter arquitetónico e tradicional, embora com um desenho mais simplificado e contemporâneo, que em nada agride a leitura do Bairro da Ajuda e mantem-se como um edifício de acompanhamento no contexto da Zona Especial de Proteção aos imóveis classificados em que se insere.
Está prevista a preservação da abertura estrutural dos vãos e as suas cantarias - que atualmente se encontram rebocadas e pintadas. Na reabilitação de edifício Bairro da Ajuda em Lisboa, o reboco será removido com cuidado, para revelar a autenticidade da pedra natural, a preservar. Para complementar a ampliação da fachada principal, fica previsto o reaproveitamento das cantarias da fachada a tardoz, que será demolida, havendo assim a reutilização de pedras naturais, mantendo o aspeto e o detalhe construtivo nos novos vãos do piso 2, preservando a continuidade visual com as molduras dos vãos existentes ao nível do piso 1.
Ao nível do soco, será realizada uma ação cuidada para permitir revelar se existe pedra ou é-se apenas o reboco tirolês. Se for pedra, esta será limpa e preservada na fachada, caso se revele ser apenas reboco, está prevista a colocação de pedra natural com acabamento envelhecido para se aproximar das cantarias existentes.
Na reabilitação de edifício Bairro da Ajuda, em Lisboa, está ainda previsto manter: a métrica de vão/nembo, a proporção de envelope opaco e área envidraçada, a platibanda com um friso horizontal para quebrar a altura ir ao encontro da fachada existente e fachada contígua.
Está prevista a colocação de isolamento térmico pelo exterior (ETICS) apenas nas novas fachadas, para promover uma melhoria na eficiência energética da construção. Na fachada principal, a manter, será introduzido isolamento pelo interior, por forma a garantir os requisitos mínimos de desempenho energético. Desta forma, na fachada principal, fica salvaguardado o total alinhamento com as paredes exteriores dos edifícios contíguos, e os demais elementos característicos da fachada.
COBERTURA
A cobertura será inclinada e de duas águas, à semelhança da existente, sendo mantida a sua configuração e geometria, prevendo-se na ampliação a utilização de platibandas, aumentando a cércea das fachadas ao limite estabelecido pela “média da altura das fachadas” da frente edificada do arruamento onde se insere o imóvel.
A reabilitação de edifício Bairro da Ajuda em Lisboa mantém a configuração de cobertura de 2 águas, sendo que a água da cobertura voltada para tardoz é igualmente prolongada até ao remate da platibanda, entendendo-se admissível a introdução de três trapeiras que culminam num terraço contínuo, semelhante a outros imóveis na envolvente próxima, nomeadamente na confrontação com o edifício posterior.
Na água que deita para a via pública, manteve-se a configuração existente de uma trapeira com pequeno terraço em frente, embora com um desenho de trapeira mais simples e contemporâneo.
As trapeiras mantêm-se contidas no diedro de 45º e respeitam a métrica dos vãos da fachada principal, para iluminação das novas divisões do aproveitamento de sótão. Estas trapeiras serão revestidas a zinco de cor natural e afirmam a sua contemporaneidade de um modo integrador e com respeito na leitura da frente de rua e, integram-se na volumetria do edifício no contexto em que se insere, não pondo em causa os valores patrimoniais em presença.
A cobertura terá, devido às existências regulamentares, uma nova chaminé para exaustão de fumos, términos de coretes de ventilação e não estão previstos painéis solares, mas sim o recurso a bomba de calor, como fonte de energia renovável. Os equipamentos serão localizados a tardoz, devidamente ocultos por grelhas insonorizadas, deixando a frente de rua o mais depurada possível.
VÃOS
A proposta de reabilitação de edifício Bairro da Ajuda em Lisboa, prevê caixilharias em alumínio com folhas únicas e lacadas a branco RAL 9003 e aro lacado a cinza claro RAL 7015, com vidro duplo e sem pinázios, que procuram obter um desenho mais puro, tirando partido do máximo de luz natural possível para o interior dos espaços, tendo ainda em consideração as folhas recuadas relativamente ao aro, conforme ilustram os pormenores construtivos e a ficha técnica em anexo, seguindo com uma leitura / expressão de vão mais “tradicional”.
Será adotado o sistema de ventilação integrado diretamente no aro fixo dos caixilhos, sendo uma solução silenciosa e harmoniosa no conjunto arquitetónico.
Na zona central das fachadas está prevista a integração de janela de sacada que anima o alçado e permite obter mais luz natural para o espaço interior. Como ensombramento dos vãos estão previstas portadas interiores de leitura originária, não havendo qualquer expressão na fachada, permitindo desta forma obter uma leitura linear dos vãos.
REGIME APLICÁVEL À REABILITAÇÃO DE EDIFÍCIOS OU FRAÇÕES AUTÓNOMAS
Como estamos perante um edifício de uso habitacional anterior a 1977, inserido numa área de reabilitação urbana, que se pretende reabilitar, logo o projeto estabelece-se ao abrigo do regime aplicável às operações de reabilitação de edifícios ou de frações autónomas conforme o Decreto-Lei n.º 95/2019 de 18 de julho.
REQUISITOS APLICÁVEIS A EDIFÍCIOS PARA A MELHORIA DO DESEMPENHO ENERGÉTICO
O projeto de arquitetura previu a inclusão dos cálculos, para demonstrar o cumprimento dos requisitos mínimos estabelecidos, no que respeita à envolvente opaca e envolvente envidraçada das frações e partes comuns, na reabilitação de edifício no Bairro da Ajuda Lisboa, conforme estipulado no Decreto-Lei 101-D/2020 e portarias subsequentes.
