Design Inclusivo para Habitação Sénior

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DESIGN INCLUSIVO DE HABITAÇÃO ACESSÍVEL
A SUA IMPORTÂNCIA PARA A HABITAÇÃO SÉNIOR

É tempo para um novo modelo de habitação sénior, com a tendência demográfica a apontar para o aumento da população envelhecida. O pensamento direcionado para uma arquitetura adequada à sensibilidade dos idosos, de cariz multidisciplinar, deve responder às exigências espaciais de cada indivíduo no seu percurso de vida.

POPULAÇÃO SÉNIOR

População Idosa Portugal Habitação Sénior

Segundo dados do INE, em 1960 a população idosa representava 8% do total de população, duplicando o seu valor em 2001. Para 2050, as projeções apontam para uma duplicação, o que significa que 32% da população residente do país será idosa. É com este panorama que promotores e investidores atentos canalizam os seus capitais para realizar um investimento seguro e objetivo, na aposta em modalidades de arquitetura de habitação sénior.

ESPERANÇA DE VIDA À NASCENÇA

Em Portugal, no ano de 2016, a esperança de vida à nascença foi estimada em 80,41 anos para o total da população, sendo para os homens 77,36 anos e as mulheres 83, 23 anos. Registando-se o valor mais alto na região Centro com 80,8 anos. Comparativamente com os dados de 2008-2010, verificou-se um ganho de 1,19 anos para os homens e de 1,04 anos para as mulheres.

DESIGN INCLUSIVO PARA A HABITAÇÃO SÉNIOR

Com o aumento de população envelhecida, é particularmente desafiante apresentar soluções para a habitação sénior, num exercício integrado de design de habitação acessível, sobretudo dedicada à população da terceira idade, considerando todos os requisitos e necessidades específicas.

Se por um lado, existe a ideia de que num determinado momento de vida, o idoso mudar-se-á para uma qualquer instituição / estabelecimento de apoio comunitário, (seja em que modalidade e/ou tipologia for, lar de idosos, residências séniores, apartamentos assistidos, etc) específico para a terceira idade, por outro nem sempre há essa disponibilidade emocional e/ou financeira...

A longevidade obriga a que as poupanças pessoais também se prolonguem por mais tempo e que sejam suficientes para garantir qualidade de vida às pessoas na sua velhice.

Contudo, há diminuta oferta deste tipo de instalações e, muitos destes lugares especializados não oferecem o que realmente o idoso necessita ou pode financiar.

Por isso, nem sempre esta mudança acontece e, são cada vez mais os idosos que vivem sozinhos, com capacidades físicas limitadas que afetam a sua independência diária.

Muitas vezes, são forçados a mudar de alojamento quando o fator acessibilidade já não é satisfatório na sua própria habitação, tornando-os incapacitados e frustrados, não só pelas suas características físicas, mas porque o espaço não foi projetado para se adaptar às evoluções e mudanças do corpo ao longo do tempo. É aqui que o design inclusivo de habitação acessível tem um papel importante, quer no desenvolvimento de projetos de novas valências, quer também na adaptação de casas existentes.

A habitação para a vida promove a consciencialização de um conjunto de condições de habitabilidade que evocam a adequação do espaço interior e edificado construído às necessidades específicas de cada um, sobretudo pela redução de mobilidade. O design acessível compreende a flexibilidade do espaço e promove a “casa para a vida”, sendo o espaço que se molda à pessoa e não o oposto.

Nalguns casos o idoso necessita de um apoio constante, mas na maioria das vezes ainda é possível manter a sua autonomia com adaptações na sua casa. Estas melhoram a sua qualidade de vida, incutem confiança e segurança, evitando até muitos dos acidentes domésticos.

No âmbito das remodelações de imóveis, é sempre importante melhorar a funcionalidade dos espaços, atingir o sentido estético do cliente, introduzir materiais de menor necessidade de manutenção, mas também e sobretudo melhorar a acessibilidade.

HABITAÇÃO ACESSÍVEL MEDIANTE REMODELAÇÕES

Grande parte do edificado foi construído antes da publicação do diploma da lei das acessibilidades (2006), pelo que se torna relevante elevar o exercício projetual e assumir uma abordagem abrangente ao promover o design de habitação acessível também nas remodelações. Decerto, que muitas das áreas úteis em apartamentos existentes não permitem a inclusão dos círculos livres para manobras de cadeira de rodas (dia. 1,5m), mas pode-se ponderar melhorar a acessibilidade; coisas simples que não são condicionadas pela área útil existente. Uma construção pensada de forma flexível, permite uma modificação ao longo da vida que corresponde certamente a necessidades e estilos de vida distintos.

Estas alterações, enquadradas no design inclusivo, incidem sobretudo na zona da cozinha e casas de banho, onde normalmente os acidentes acontecem.

As remodelações interiores são um bom investimento imobiliário considerarmos-se que a potencialização da casa de uma vida consegue responder com eficácia ao envelhecimento do seu residente ou proprietário. Muitas vezes, são até residentes estrangeiros (alguns que decidem viver a reforma em Portugal) que quando procuram investir em Portugal trazem essa sensibilização de melhorar as condições de habitabilidade de uma propriedade.

Transformar as habitações acessíveis (sobretudo habitação sénior), reduzindo as limitações e tornar o quotidiano simplificado ao residente, podendo implicar:

— portas com largura mínima de 80 cm;

— puxadores do tipo alavanca, sendo mais ergonómicos e fáceis de manusear;

— acabamentos de pavimento anti-derrapante nas zonas húmidas;

— evitar tapetes, que propiciam quedas;

— providenciar corrimãos dos 2 lados da escada;

— boa iluminação, sobretudo nas bancadas de trabalho, por exemplo, na cozinha;

— a altura dos armários deve ser adequada à estatura do residente;

— evitar saliências nos armários da cozinha e corredores, para que em caso de queda não sejam obstáculos e sejam mais riscos para se magoarem;

— sempre que necessário reforçar os acessos com barras laterais, aos sanitários,
às portas, entre outros;

— providenciar uma sanita mais elevada, para facilitar o seu acesso e uso;

— em alguns casos pode-se justificar a instalação de um alarme nas casas de banho, acessível para em caso de queda ser facilitado o auxílio;

— evitar desníveis de cotas na habitação, estas são verdadeiras barreiras arquitetónicas (máximo admitido é 15mm); caso não sejam possíveis de eliminar, devem ser identificadas com fitas refletoras;

— apostar em áreas de circulação livres de obstáculos;

— torneiras tipo hospitalar com manípulo para fácil manuseamento;

— a substituição da banheira por base de duche pode facilitar o acesso a esta zona (pese embora existam situações clínicas que favorecem o banho em banheira, pelo que este ponto deverá ser analisado caso a caso);

- colocar um ponto de luz próximo da cama (com acesso ao interruptor pela cama).

Se pretender uma avaliação à sua residência para saber que adaptações poderá realizar e quais as situações que poderão melhorar a sua qualidade de vida diária, marque uma reunião connosco.

VAMOS TORNAR A SUA CASA ADAPTADA?