Os projetos de redes de águas e esgotos são projetos de especialidades desenvolvidos para qualquer operação urbanística que interfira com as redes de abastecimento de água, e redes de drenagem de águas residuais.
Os projetos de redes prediais de águas pretendem garantir o abastecimento de água, em condições de segurança e qualidade e os projetos de esgotos permitir o escoamento / drenagem das águas residuais / “águas sujas”.
Os projetos de redes prediais de águas e esgotos abrangem uma série de documentos escritos e desenhados, que devem ser submetidos às entidades locais competentes. Este procedimento é requerido tanto para a obtenção de licença de construção de novos edifícios quanto para a reabilitação de redes já existentes.
A conceção de redes prediais de águas e esgotos abrange a definição do traçado, definido com base nas particularidades do local/ respeitando pré-existências e soluções arquitetónicas, seguindo as diretrizes regulamentares, expressas nas pelas desenhadas e na memória descritiva, por outro lado, não menos importante estão associados os cálculos de dimensionamento dos sistemas prediais de abastecimento e de drenagens, todos conforme as normas técnicas.
ÍNDICE
TogglePROJETOS DE REDES PREDIAIS DE ÁGUAS E ESGOTOS
REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS
A rede de drenagem de águas residuais é projetada e dimensionada conforme a legislação vigente, atualmente o Regulamento Geral dos Sistemas Públicos de Distribuição de Água e Drenagem de Águas Residuais (Decreto Regulamentar nº23/95, de 23 de Agosto) e a norma EN 806-3 do ano 2006 (sobre as especificações para instalações de condução de água destinada ao consumo humano no interior do edifício e referente ao dimensionamento de tubagens). O processo de dimensionamento leva em consideração uma série de fatores, incluindo os caudais de cálculo derivados da curva de caudais de cálculo de águas residuais domésticas, a qual reflete os padrões de consumo e descarga.
Os diâmetros internos dos ramais de descarga, coletores coletivos e individuais e coletores prediais são determinados utilizando a fórmulas de cálculo, que consideram a rugosidade dos materiais dos tubos e as características do fluxo. Além disso, os tubos de prumadas, vitais para garantir um fluxo contínuo e eficiente das águas residuais, são dimensionados de acordo com diretrizes específicas estabelecidas nos anexos do Decreto Regulamentar.
REDE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
A rede de abastecimento de água segue as disposições do Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais (Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de agosto).
O projeto da rede de abastecimento de água começa pela consideração das pressões de serviço nos pontos de utilização e pela velocidade de escoamento de referência.
A rede predial de abastecimento de água projetada é alimentada pela rede pública de distribuição de água, projetada para atender às necessidades de abastecimento em toda a área atendida. O dimensionamento hidráulico da rede interna de abastecimento de água é elaborado tendo em consideração a diversidade de dispositivos de utilização e as suas demandas de consumo. A produção de água quente é calculada com base nas necessidades dos utilizadores e na energia necessária para aquecer o volume estimado de água quente.
Importa ainda considerar todos os pontos estipulados no manual de redes prediais da EPAL, disponibilizado no seu sítio web.
MATERIAIS DA REDE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Para as tubagens da rede de abastecimento de água, é fundamental selecionar materiais que garantam a durabilidade, segurança e qualidade do sistema. Os materiais utilizados devem resistir à corrosão, ao desgaste e à pressão interna da água, além de serem compatíveis com as características químicas da água e do solo.
- PVC: Tubagens de PVC são amplamente utilizadas devido à sua resistência à corrosão, baixo custo e facilidade de instalação. São ideais para redes de abastecimento de água potável, especialmente em áreas urbanas.
- PEAD (Polietileno de Alta Densidade): Tubos de PEAD são conhecidos por sua flexibilidade e resistência a impactos, tornando-os adequados para instalações subterrâneas. São resistentes à corrosão e podem ser empregados em sistemas de abastecimento e distribuição de água.
- AÇO GALVANIZADO: O aço galvanizado é utilizado em algumas situações devido à sua robustez e resistência à corrosão. No entanto, pode ser mais suscetível à corrosão interna com o tempo, o que pode afetar a qualidade da água. Contudo, há quem utilize muito este material para tubagens que ficam por fora das paredes, pois nem sempre a tubagem fica embebida nas paredes, por meio de roços tapados com argamassa (situação ideal).
Relembramos que os ramais de água quente que abastecem as instalações sanitárias e cozinha deverão ser isolados, com mangas de material isolante térmico, para reduzir a perda de calor, situação que deve ficar acautelada nos Projetos de Redes Prediais de Águas e Esgotos.
TÉCNICOS APTOS AO DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE REDES PREDIAIS DE ÁGUAS E ESGOTOS
Conforme estipulado pelas normas atuais vigentes, o desenvolvimento dos projetos de redes prediais de águas e esgotos que está sujeito ao processo administrativo de licenciamento municipal ou comunicação prévia, sendo que neste último processo é logo submetido com os projetos de arquitetura.
Os projetos de redes prediais de águas e esgotos são executados por engenheiros ou engenheiros técnicos, os quais possuam a competência adequada para a complexidade e particularidades do projeto em questão e a habilitação necessária estipulada em diploma legal.
Consoante a legislação em vigor, os projetos de redes prediais de águas e esgotos de obras sujeitas ao controlo prévio, seja licenciamento ou a comunicação prévia, podem ser elaborados por engenheiros ou engenheiros técnicos que detenham qualificação adequada à natureza, complexidade e dimensão do projeto em causa, que sejam, assim, reconhecidos pela Ordem dos Engenheiros e pela Associação Nacional dos Engenheiros Técnicos.
TESTE À INSTALAÇÃO DE REDE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUAS – A IMPORTÂNCIA DOS ENSAIOS EM OBRA
Após a total instalação de toda a tubagem e respetivas válvulas de seccionamento, deverá a mesma ser submetida ao chamado em obra teste de carga, que é um “ensaio hidráulico” para avaliar a pressão interna da instalação, que deve ocorrer durante pelo menos 24 horas, interruptamente, com a secção de corte totalmente aberta, para que se possam então verificar eventuais fugas/necessidades de revisão da instalação.
Havendo luz verde de uma instalação estanque e sem ruturas, fica com a certeza que ser possível então proceder-se ao tapamento de roços e evoluir com as seguintes etapas da construção.
VAMOS INICIAR OS SEUS PROJETOS ?