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ToggleREABILITAÇÃO DE EDIFÍCIO NA PENA, LISBOA
Enquadramento para a reabilitação de um edifício na Pena, Lisboa
O imóvel é constituído por 4 pisos, inserindo-se numa parcela esguia, de cerca de 4,5m de largura e aproximadamente 14m de comprimento. Compõe-se por dois edifícios confinantes a tardoz, sem saguão entre eles, cada um com uma frente pública. Uma deita para a Calçada de Santana e a outra para a Rua Martim Vaz.
O imóvel localiza-se em Zona de Proteção dos Imóveis Classificados, do Castelo de São Jorge e Resto das Cercas de Lisboa, do Convento da Encarnação / Recolhimento da Encarnação / Convento de Nossa Senhora da Encarnação e Edifício na Rua do Arco da Graça, esquina com a Calçada Nova do Colégio, detendo desta forma uma localização privilegiada, em tecido urbano consolidado da cidade de Lisboa.
Estado do imóvel
O estado de conservação do imóvel é médio, requerendo intervenção de obras de conservação e remodelação dos apartamentos Calçada de Santana destinadas a manter a edificação nas condições existentes à data da sua construção, com o intuito de a modernizar com os padrões atuais de habitabilidade e valorizar ainda a sua frente de rua, assegurando a longevidade do património construído.
Sendo um edifício com mais de 100 anos de idade, sem registo de obras de manutenção ou beneficiação, julga-se necessária a intervenção não só de cariz estético, mas também ao nível de infraestruturas de águas, esgotos, ventilação e eletricidade, dotando os apartamentos de novas redes, adequadas às exigências atuais.
O grande desafio da intervenção é dotar as frações independentes de funções de habitação, com áreas reduzidas, mas providenciando o conforto e os requisitos contemporâneos de habitabilidade.
Patologias relevantes
Ao nível do rés do chão, verificam-se problemas de humidade ascensional/capilaridade, que provocam a degradação das paredes e pavimentos existentes e impossibilitam a vivência nos espaços, não só pela concentração elevada de humidade, mas também pelo destacamento dos estuques e rebocos assim como pela existência de sais e eflorescências nas várias paredes.
Como intervenção, propõe-se a remoção do atual pavimento de mosaico, e reposição de um em madeira indo de encontro ao pavimento original, de forma a possibilitar a inclusão de ventilação natural da caixa de ar inferior e assim poder melhorar a eliminação da humidade inferior.
Propõe-se ainda a realização de paredes perimetrais com a criação de caixa de ar entre as paredes existentes e as novas pelo lado interior, corretamente ventilada, de forma a poder dotar o imóvel de condições de habitabilidade, eliminado a humidade do interior do apartamento.
Fachada
A fachada exterior é revestida parcialmente a azulejo e a restante superfície rebocada e pintada. Alguns dos azulejos em falta serão repostos por novos, que serão replicados com o desenho dos azulejos existentes, como forma de valorização da fachada.
As caixilharias apresentam-se como díspares, havendo janelas em madeira e outras em alumínio. O projeto prevê a substituição de todas as janelas, por umas de desenho e cor iguais às originárias, como forma de uniformização e enquadramento no desenho de fachada, assim como melhoria das condições térmicas e acústicas do interior.
Os estendais existentes serão reparados e mantidos como forma de manter a autenticidade de rua e vivência de bairro.
Interiores
Em termos arquitetónicos, a intervenção passará pela demolição de algumas paredes não estruturais, assim como a compartimentação de alguns espaços, para dotar os mesmos de dimensões mínimas funcionais, seguindo a legislação em vigor. Haverá a necessidade de substituição de alguns madeiramentos de pavimento que se encontrem degradados e que necessitem de ser substituídos.
Trata-se de uma intervenção silenciosa, em que o objetivo principal é dotar o imóvel de conforto e habitabilidade em contexto tradicional, onde as características próprias são mantidas, como exemplo os pés direitos, áreas reduzidas e a vivência em bairro típico (como é exemplo o estendal no exterior).
A autenticidade da construção é mantida no seu todo, havendo a preocupação de repor elementos originais na remodelação, para poder contar a história e evolução construtiva do edifício. Em exemplo, os mosaicos hidráulicos existentes no 1º andar serão removidos, limpos e reaplicados como pavimento de todas as casas de banho, para que desta forma se possam preservar materiais originais e manter ainda a memória destes no imóvel.
INTERVENÇÃO COM CONSCIÊNCIA AMBIENTAL
A prática de reutilização de materiais, e os princípios de preservação patrimoniais são os fios condutores da intervenção.
A conservação e a preservação do edifício pressupõe menores consumos de energia e recursos, assim como a redução de emissões de CO2, quando comparada a uma reconstrução. Quer pela adoção de equipamentos com redução de consumo de água (torneiras com redução de caudal) e luminárias LED (de baixo consumo), quer pelas linhas orientadoras de projeto, onde a demolição e remoção de elementos existentes, foi limitada ao seu mínimo, procurando-se preservar uma grande parte dos elementos construídos, tradicionais, naturais ou pouco transformados, em oposição ao uso de materiais industriais, grandes consumidores de energia e produtores de CO2.
O Futuro
Quer pelas características construtivas do edifício, quer pela sua localização privilegiada, os imóveis/frações independentes constituem-se como produtos imobiliários propícios à rentabilização em modalidade de alojamento local (AL).
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