Queremos demonstrar como na construção civil se consegue ter uma abordagem sustentável respeitando o meio ambiente. A construção civil é dos setores com maior impacto na energia despendida e a remodelação de apartamento não é exceção. Temos todos de fazer um esforço para que as obras de construção civil tenham o menor impacto possível.
Sabia que o sector da construção civil cria 30% das emissões de dióxido de carbono no planeta? Que de uma forma global, a construção civil consome aproximadamente 40% dos recursos minerais existentes, 25% de madeira, 40% de toda energia e 16% da água potável? O atual ritmo de consumo de recursos energéticos na construção civil apresenta valores bem acima da capacidade do ecossistema repor os recursos naturais.
É deveras importante haver consciencialização por parte não só das empresas de construção civil, mas também dos proprietários, pelo real impacto que as suas obras têm e que pequenas decisões poderão fazer uma real diferença.
Todas as obras devem começar com um bom planeamento. Planeamento esse, que deve ter por base a sustentabilidade de recursos. Logo desde o início, aquando do projeto conseguem-se tomar decisões que terão impacto fundamental na pegada ecológica da sua obra de remodelação.
A construção civil poderá ter em conta a utilização de materiais que tiveram em consideração a sustentabilidade do seu fabrico, onde a origem do produto e o modo como é produzido tem em conta o ambiente.
Quando se trata de uma construção nova ou de uma remodelação, há vários fatores que poderão ser tidos em conta, tais como:
1 — Exposição e orientação do sol,
2 — Orientação de ventos dominantes;
3 — A geometria e forma do edifício, tendo em conta a proporção entre zonas opacas, v.s. áreas envidraçadas;
4 — Condicionantes do meio envolvente próximo, como o ruído, vegetação, linhas / cursos de água, entre outros;
5 — Os materiais a utilizar na construção civil e o seu desempenho térmico;
6 — Técnicas construtivas que minimizem os desperdícios, sobretudo de recursos naturais e materiais.
Os projetos e a construção civil, poderão considerar estratégias de ventilação natural, reflexão da radiação solar direta, sombreamento, arrefecimento evaporativo, isolamento térmico, inércia térmica, aquecimento passivo entre outras para poder reduzir energeticamente o consumo da sua habitação.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, a construção civil produz anualmente cerca de 7,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos.
Detritos de obras de construção civil, têm obrigatoriedade de ser vigiados, sendo depositados em aterros controlados separados em centrais de reciclagem de entulhos, evitando a criação de vazadouros clandestinos, sendo este mesmo uma das problemáticas ambientais que todos temos de combater. As empresas de construção civil conscientes e procuram a certificação ambiental, têm cada vez mais a preocupação de colocar os resíduos das suas obras em centrais de reciclagem.
Estudos estatísticos nacionais, indicam que durante a fase de utilização, os edifícios, quer sejam de habitação ou de serviços, são responsáveis pelo consumo de aproximadamente 20% dos recursos energéticos, perto de 7% do consumo de água e com a produção de 420 milhões de m³ de águas residuais, por ano.
Reutilizar elementos existentes na construção civil, minimizando a aquisição de novos produtos, continuando a dar uso aos materiais e componentes ainda em bom estado de conservação é sem dúvida a direção acertada no que respeita à redução da pegada ecológica.
Em projeto, aquando da escolha dos materiais novos a aplicar, deverão ser privilegiados todos que cumpram alguns, se não todos os pontos listados em baixo:
— não serem tóxicos;
— serem de baixa energia incorporada;
— serem recicláveis ou reutilizados;
— com durabilidade elevada;
— que tenham origem com base em fontes renováveis;
— que estejam relacionados a baixos níveis de emissão de gases ou de toxicidades;
— que possibilitem a análise do seu ciclo de vida.
Na execução de obras, a empresa de construção civil, deve ter em conta também a sustentabilidade pós-construção. Com isto, queremos dizer que há fatores que podem ser determinantes já após a obra realizada e que poderão ser discriminados em fases iniciais, tais como:
— redutores de caudal de todas as torneiras - pontos de água associadas às atividades domésticas de um lar;
— autoclismos com descargas duplas, com possibilidade de esgotar menos água aquando de utilização simples;
— redução da energia através da escolha das lâmpadas que equipam as divisões dos vários espaços, sendo as LED aquelas que menor consumo têm atualmente (para além no seu fabrico, não contemplarem o uso de mercúrio e fósforo);
— redução da energia através da escolha de eletrodomésticos de classes A até A+++ e mesmo pela escolha do eletrodoméstico em termos de tamanho, sendo mais acertado relativamente à dimensão do seu agregado familiar.
Fotos: unsplash.com
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